Com tarifas em torno de 40% impostas pelos EUA sobre produtos chineses, exportadores brasileiros ganham competitividade em setores como agronegócio e manufaturados. Projeções indicam que a corrente de comércio entre Brasil e China pode ultrapassar US$ 200 bilhões, enquanto o fluxo com os EUA tende a cair. CEO do KNN Group, Reginaldo Boeira analisa o cenário e alerta: “com ótimas oportunidades de negócios para competir globalmente, é fundamental saber se comunicar”.
A decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas em torno de 40% sobre produtos chineses, em meio a uma trégua temporária na guerra comercial entre Washington e Pequim, abriu uma janela de oportunidades para exportadores brasileiros. Com a alta dos preços de produtos chineses no mercado americano, empresas do Brasil ganham competitividade em setores como agronegócio, alimentos processados e manufaturados, desde que estejam preparadas para atender aos padrões e demandas do comércio internacional. Projeções da consultoria MB Associados indicam que a corrente de comércio entre Brasil e China pode ultrapassar US$ 200 bilhões nos próximos anos, impulsionada por um redirecionamento de compras por parte dos chineses e por uma maior aproximação diplomática entre os dois países. Ao mesmo tempo, o fluxo comercial entre Brasil e Estados Unidos tende a recuar para a casa dos US$ 70 bilhões, pressionado pelas tarifas e por um ambiente internacional de crescente polarização econômica.
O CEO de uma das maiores redes de idiomas do país, Reginaldo Boeira, da KNN Idiomas, que integra uma holding liderada pelo executivo com mais de 12 empresas nos setores de educação, construção civil e comércio exterior, o momento é promissor, mas não perdoa despreparo. “Esse cenário global abre espaço, sim, mas não para qualquer um. É preciso estrutura, planejamento, capacidade de adaptação e visão estratégica. Não dá para agir com amadorismo em um ambiente de competição global. Quem se antecipa, quem ajusta sua operação e sua proposta de valor, ganha mercado. E quem não se move agora, corre o risco de ficar para trás. Mas para que tudo isso aconteça, é preciso saber se comunicar”, afirma.
Boeira chama atenção para um ponto essencial para empresas que querem explorar essas novas fronteiras: o domínio do inglês. “Hoje, falar inglês não é mais um diferencial, é o mínimo. Para negociar, participar de feiras, entender contratos ou simplesmente abrir novas conversas com o mundo, o idioma é a base. Muitas empresas têm produtos excelentes, mas perdem oportunidades por não conseguirem se comunicar com clareza. O mercado exige fluência, não apenas no idioma, mas também na forma de fazer negócios globalmente”.
Com a trégua tarifária entre EUA e China válida até agosto de 2025, o ambiente ainda é incerto, mas altamente propício para movimentações estratégicas. “Não é tempo de cautela passiva. É hora de agir com inteligência, coragem e profissionalismo”, conclui Boeira.